domingo, 8 de março de 2009

Bócio endêmico

Bócio

O bócio é uma doença definida pela hipertrofia da glândula tireóide e sua manifestação mais marcante é o aumento de volume na região do pescoço, daí ser conhecida vulgarmente como "papo" ou "papeira". Nas zonas em que se verifica a carência de iodo na água e no solo, como nas localidades distantes do mar, o bócio ocorre com maior freqüência, assumindo caráter endêmico.

No Brasil, quem primeiro se refere à endemia de bócio é o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que, em suas viagens pelo Brasil no início do século XIX, cita localidades onde havia grande número de "papudos".

No começo do século XX, os estudos realizados por Carlos Chagas chamam a atenção para a ocorrência de bócio endêmico no norte de Minas Gerais. Observando que muitos portadores da tripanossomíase americana eram "papudos" e que o bócio grassava nas mesmas regiões em que havia a infestação das casas por barbeiros infectados, Chagas defende a concepção de que as lesões que levam à hipertrofia da tireóide resultam de processos inflamatórios provocados pela localização do Trypanosoma cruzi nessa glândula. Na década de 1930, após a morte de Chagas, fica demonstrado que a doença de Chagas e o bócio são enfermidades que não mantêm nenhuma relação entre si.

Em meados da década de 1950 o Departamento Nacional de Saúde delimita as áreas de incidência de bócio endêmico no Brasil, nas quais passa a ser distribuído, para fins profiláticos, sal de cozinha obrigatoriamente iodado.

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